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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Endometrite

A Endometrite é o processo inflamatório da mucosa uterina provocado por infeções microbianas/virais e por causas mecânicas, tóxicas ou circulatórias. Esta patologia é mais comum nos países subdesenvolvidos sendo que as condições de higiene são mais desfavoráveis a população está mais propícia a contrair infeções. O tratamento geralmente é feito com antibióticos, mas em casos mais graves, será necessário proceder a uma histerectomia.


Os fatores que desencadeiam a endometrite são diversos, das quais merecem destaque: DST's (doenças sexualmente transmissíveis), lesões devido ao parto, procedimentos ginecológicos executados sem precisão ou higiene, ou métodos contracetivos utilizados de modo prolongado e inadequado (DIU).

Dispositivo Intrauterino
Fonte: memoriasdeunmir.blogspot.com
  • As principais DST's que originam esta patologia são a gonorreia, sífilis e clamídia. A única forma de prevenir a transmissão destas doenças é a utilização do preservativo, sendo que muitas vezes os portadores destas são assintomáticos.
  • O DIU (Dispositivo Intrauterino) quando utilizado de forma prolongada ou inadequada também poderá originar graves inflamações ao nível do útero, sendo uma das principais causas da endometrite nos países desenvolvidos.
  • As lesões mecânicas são particularmente evidentes no caso dos abortos, partos ou procedimentos ginecológicos simples geralmente efetuados por pessoal não classificado e em condições de esterilidade e higiene muito baixas. 

Sintomas

Existem diversos sintomas que indicam que uma mulher poderá ter endometrite:

  • Inchaço ou distensão abdominal;
  • Hemorragias vaginais anormais;
  • Corrimento vaginal anormal com cor amarelada ou acastanhada e cheiro intenso;
  • Obstipação forte;
  • Febre acima dos 38oC;
  • Dor abdominal ou pélvica crónica, sendo mais acentuada na fase de menstruação;
  • Desconforto geral, mal-estar.

Implicações na Fertilidade

Uterine Synechiae- Sinéquias Uterinas
Fonte: legal-anatomical.medicalillustration.com
Tecido Cicatricial/Aderências: as infeções uterinas poderão originar inflamações que aquando a sua severidade poderão resultar em lesões tanto ao nível do útero como ao nível das trompas. No caso das trompas, poderá ser criado um tecido cicatricial designado por aderências, que resultará numa obstrução tubar, impedindo o transporte do embrião, ou até mesmo a própria fecundação. Ao nível do útero, este tecido cicatricial denomina-se por sinéquias uterinas.

Auto-anticorpos: anticorpos Ig e IgA e linfócitos podem sofrer um acréscimo notável no endométrio de uma mulher que tem endometrite. Estas substâncias, em níveis anormais, interferem com a nidação, sendo que o zigoto formado é tido em conta como um “corpo desconhecido”. Assim, os anticorpos e linfócitos entram em ação, rejeitando o embrião. Seguidamente, este é expelido pelo orifício vaginal.

Diagnóstico

O Teste de Papanicolau é um exame ginecológico realizado com o objetivo de prevenir o cancro do colo de útero. O papanicolau também é capaz de identificar infeções causadas por vírus no colo do útero e infeções vaginais como as de etiologia fúngica. Este teste consiste basicamente na colheita de tecido do colo uterino com uma espátula, sendo este material colocado numa lâmina e analisado posteriormente, verificando-se se o tecido se encontra inflamado. 

Outro diagnóstico, mais invasivo, será a Laparoscopia, um procedimento cirúrgico onde uma câmara é utilizada para observar a cavidade abdominal. Este procedimento permite um diagnóstico com uma ínfima margem de erro, sendo que a partir deste exame o médico consegue uma visão nítida das lesões causadas pela inflamação do endométrio.

Teste de papanicolau
Fonte: http://www.cancer.gov/images/cdr/live/CDR609927-750.jpg
Tratamento

Medicação - Tratamento não-cirúrgico


Antibióticos:  Como já fora anteriormente salientado as doenças que poderão originar a endometrite são a sífilis, clamídia e gonorreia. O tratamento destas doenças, por sua vez, baseia-se na administração de antibióticos. No caso da gonorreia são utilizados com mais frequência os antibióticos: Ceftriaxona, Ciprofloxacino e Azitromicina; no tratamento da sífilis: Penicilina G; por fim, na clamídia: Azitromicina e Metronizadol. O tratamento destas patologias resulta num avanço do tratamento da endometrite.

Anti-inflamatórios: os anti-inflamatórios não esteróides controlam a inflamação, podendo reduzir as dores. São exemplos destes, o ibuprofeno e o naproxen.

Tratamento Cirúrgico


Cistectomia: consiste na cisão das adesões e na restauração de uma anatomia pélvica normalizada. Pequenos instrumentos são inseridos nas incisões para retirar o tecido inflamado e cortar as aderências. O médico recorre a esta cirurgia quando a paciente apresenta obstrução ao nível das trompas de Falópio ou sinéquias uterinas.

Histerectomia Vaginal: esta é uma operação cirúrgica da área ginecológica que consiste na remoção do útero. A histerectomia pode ser total, quando se retira o útero na sua totalidade, ou subtotal, quando não se retira o colo do útero. Esta operação é efetuada em casos muito severos, ou seja, quando o útero se encontra da tal modo inflamado e infetado que a única solução será a sua remoção.
Processo cirúrgico da Histerectomia Vaginal
Fonte: http://www.doereport.com/imagescooked/4879W.jpg


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